Síndrome miofascial: O que é essa doença?
Mais comum em atletas e pessoas acima dos 30 anos, a síndrome miofascial é um conjunto de sintomas resultantes de uma disfunção neuromuscular que causa alta sensibilidade, redução da amplitude dos movimentos e muita dor localizada, sobre juntas ou músculos. A síndrome miofascial é mais frequente nas regiões da cabeça, pescoço, ombros, braços, região lombar, pernas e glúteos, mas pode se manifestar em qualquer grupo muscular.
Geralmente, a Síndrome apresenta pontos gatilhos, regiões bem delimitadas que podem se apresentar como nódulo ou local de contração do músculo. Quando estimulado, apresenta dor distante, que “corre” para outra parte do corpo.
Síndrome responde por 85% da prática clínica
A síndrome miofascial é a dor mais comum na prática clínica, presente em 85% dos casos das instituições dedicadas ao tratamento da dor. Apesar disso, ela é muito difícil de ser diagnosticada por não haver testes laboratoriais ou exames de imagens específicos. O diagnóstico – que deve ser feito pelo médico especialista em reabilitação e dor (fisiatra) - tem que ser feito de forma clínica, através de uma anamnese detalhada, com histórico do paciente, antecedentes pessoais, familiares e psicológicos, e exames físicos, especialmente do aparelho locomotor em busca dos pontos gatilho.
A análise dos pontos gatilho, no entanto, é a mais importante. Caracterizado pela baixa resistência e alta sensibilidade em comparação às demais áreas, ele é o foco da doença, fazendo surgir a dor quando pressionado de forma moderada por cerca de 30 segundos. A composição do diagnóstico deve incluir ainda uma análise da arcada dentária e das articulações temporomandibulares, já que os dentes podem apresentar redução de altura e com aparência de terem sido lixados (bruxismo).
As causas prováveis da síndrome miofascial são bastante variadas. Ela pode estar associada a manifestações psicológicas, como ansiedade e depressão, ou ao esforço físico, mas também aparece em situações de repouso. No entanto, outras situações também podem desencadear a síndrome, como infecções ou inflamações patológicas; alterações biomecânicas apendiculares; isquemia visceral; miosite aguda; traumas de intensidades diversas; lesões musculares, nas articulações ou ligamentos; deficiências vitamínicas (do complexo B, C e de cálcio e potássio); anemia; creatinúria; exposição prolongada ao frio; desequilíbrio endócrino; esfriamento da musculação fatigada e estresse, entre outros.
Tratamento deve ser multidisciplinar
O tratamento da síndrome miofascial geralmente é praticado por uma equipe multidisciplinar liderada pelo fisiatra (médico especialista), e inclui tratamentos e métodos farmacológicos e não farmacológicos, principalmente porque, devido à pluralidade de possíveis causas, após a sua identificação, o tratamento deve ser bastante individualizado. No entanto, é essencial a aderência do paciente às recomendações médicas, que envolvem fatores físicos e psicológicos de cada indivíduo.
Os tratamentos e procedimentos mais comuns são:
- - Técnicas de relaxamento para redução do estresse emocional (meditação, yoga etc);
- - Mudança postural com adoção de novos parâmetros que aliviem a tensão e o estresse muscular;
- - Estimulação elétrica transcutânea localizada para alívio da dor e da tensão;
- - Mudança no estilo de vida, com aumento gradual da atividade física, moderação no consumo de bebidas alcoólicas e cafeína, e fim do tabagismo;
- - Infiltração nos pontos gatilho;
- - Fisioterapia através da cinesioterapia e alongamento muscular no sentido contrário ao estiramento do músculo;
- - Alívio da dor através de meios físicos como massagens, crioterapia, eletroterapia etc;
- - Apoio psicológico através da terapia cognitiva comportamental;
- - Apoio odontológico para os casos em que há ocorrência de bruxismo com comprometimento da articulação temporomadibular;
- - Prescrição de medicamentos como antiinflamatórios, relaxantes musculares, analgésicos e antidepressivos para melhorar a qualidade de vida do paciente.
É comum pacientes com síndrome miofascial procurarem vários médicos sem conseguirem resolver o problema, por isso se você sentir algum desses sintomas procure diretamente um fisiatra, o médico especialista em reabilitação e dor que é o profissional mais indicado para diagnóstico e tratamento da doença.
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