Pelo que o neurologista é responsável?
Muita gente ainda confunde o neurologista com o psiquiatra - é bem verdade que ambas as especialidades têm uma interface e podem atuar juntas em alguns casos, mas pode ser bastante útil compreender exatamente qual a função de um neurologista. Como a Neurologia dedica-se a diagnosticar e tratar as doenças que afetam o sistema nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos, cerebelo e tronco encefálico) e os componentes da junção neuromuscular, o especialista atua em diversos aspectos da saúde, cuidando desde distúrbios do sono até alterações na visão. Vale a pena conhecer mais sobre o trabalho do neurologista e descobrir como essa especialidade pode te ajudar a resolver vários problemas do dia a dia.
Enxaquecas e cefaleias afetam 90% da população global
Quem tem sabe: dependendo da intensidade, a dor de cabeça pode ser desesperadora. E são elas, as cefaleias e as enxaquecas, alguns dos problemas mais tratados pelos neurologistas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% da população mundial sofre de enxaquecas, um tipo de cefaleia causado por um distúrbio neurovascular crônico, desencadeado por várias causas diferentes e caracterizado pela dor em apenas um dos lados da cabeça.
A enxaqueca é a 10ª doença mais incapacitante do mundo que, só no Brasil, atinge mais de 30 milhões de pessoas. Já as cefaleias, uma forma mais branda da dor de cabeça, atinge 80% dos homens brasileiros – e, de acordo com a OMS, há mais de 200 tipos delas. Juntas, cefaleias e enxaquecas atingem nada menos que 90% da população do planeta.
Especialista atende a vasto leque de doenças relacionadas
No entanto, quem pensa que o neurologista cuida "apenas" de enxaquecas e cefaleias, está para lá de enganado. Além delas, o especialista diagnostica e trata também de tonturas, perda de sensibilidade, formigamento, desmaios, perda de memória, crises convulsivas e epilepsias, alterações da fala e do comportamento, doenças degenerativas, insônia, déficit de atenção e hiperatividade, perda de força, neuropatias periféricas (como as diabéticas), doenças cérebro-vasculares (AVC), doenças musculares e de junção (como a Miastenia Gravis), distúrbios do movimento (como Mal de Parkinsons, tiques nervosos e tremores, demências (como Alzheimer), aneurismas, doenças demielinizantes (como a esclerose múltipla), tumores e infecções do sistema nervoso (como encefalites e meningites).
Diagnóstico pode envolver exames complexos
Em vários casos o neurologista e o psiquiatra podem trabalhar juntos, como nos tratamentos de depressão, ansiedade, síndrome do pânico, irritabilidade, fobias, tabagismo e uso de drogas e bipolaridade, por exemplo.
O diagnóstico das doenças neurológicas, no entanto, pode compreender exames complexos além do popular eletroencefalograma e dos exames laboratoriais, como tomografia computadorizada, doppler transcraniano, ressonância magnética e eletromiografia. Já o tratamento varia bastante de acordo com cada caso e o estágio da doença, podendo envolver medicamentos, fisioterapia e até cirurgia altamente especializada.
Sintomas – como saber se é preciso consultar um neurologista?
A Neurologia é uma das mais complexas especialidades da medicina, mas para o leigo nem sempre é fácil perceber que está na hora de consultar um especialista. Por isso, a Academia Brasileira de Neurologia disponibiliza uma lista dos principais sintomas que podem estar relacionados a doenças e síndromes neurológicas. Prestar atenção e procurar o neurologista assim que perceber a presença de um deles pode fazer toda a diferença para a sucesso do tratamento.
Os principais sintomas de problemas neurológicos são:
- - dificuldade de engolir;
- - fraqueza de braços ou pernas;
- - formigamentos em uma ou várias partes do corpo;
- - tonturas e problemas de equilíbrio;
- - dores de cabeça constantes de qualquer tipo;
- - distúrbios da memória;
- - visão dupla ou perda de campo visual;
- - perdas de consciência;
- - desmaios;
- - dor;
- - sintomas que podem indicar meningite, como dor de cabeça, febre e rigidez de nuca;
- - dores musculares sem nenhuma causa aparente;
- - câimbras;
- - dificuldades para andar;
- - e alterações na fala.
Você é curioso? A neurologia reserva várias curiosidades muito interessantes
- - Os seres humanos têm nada menos que 86 bilhões de células nervosas no cérebro, chamadas de neurônios. Mas você sabia que na barriga também há neurônios? Eles ficam no intestino funcionando como um "segundo cérebro", controlando a digestão e garantindo que os alimentos sigam o caminho certo dentro do organismo. Eles fazem parte de um outro sistema nervoso, o entérico, e se espalham pelo esôfago, estômago e intestinos delgado e grosso – onde são os responsáveis pelos movimentos que levam a comida de um órgão para o outro até seu destino final, o vaso sanitário. Mas também são eles que a empurram em sentido contrário se alguma coisa não estiver certa, provocando o vômito.
- - Os astronautas podem ter a estrutura cerebral modificada por causa da radiação espacial. A pesquisa da Nasa, que até agora só foi levada a cabo com ratos, foi publicada na revista Science e aponta que os raios cósmicos podem impactar o cérebro: os ratinhos ficaram bem menos curiosos e mais confusos – causada por uma inflamação que interrompe parte das sinapses, a comunicação entre os neurônios, ao romper os dentritos, estruturas que transportam sinais eletroquímicos. A descoberta pode gerar avanços significativos no tratamento de Alzheimer e na melhoria dos efeitos colaterais do tratamento do câncer com radiação.
- - Até hoje a ciência ainda não conseguiu determinar a capacidade do cérebro humano de armazenar informações. Sabe-se que o cérebro aumentou de tamanho e aprimorou funções nas últimas centenas e milhares de anos, mas a capacidade de armazenamento permanece um enigma. O que se sabe é que ele retém e divide as informações em dois tipos de memórias: as de curto e de longo prazo. Na primeira, são apenas 6 ou 7 itens guardados por segundos, já na segunda ficam os itens mais importantes, que precisam ser acessados mais tarde – mas como fragmentos. Na hora de reconstruir a lembrança, o cérebro busca contextualizar e resgatar a importância emocional do fato para montar o quebra-cabeças.
E então, quer saber mais sobre o cérebro e a Neurologia? Participe dando sugestões e compartilhando conosco as suas dúvidas e curiosidades!
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