Cardiopatias: é preciso cuidar do coração
Em todo o mundo, a cardiopatia congênita afeta cerca de 1 milhão de bebês, nove em cada dez deles em áreas com escassos recursos médicos. Os dados, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (Incor), mostram ainda que no Brasil a doença afeta nove a cada mil nascimentos.
Quando não diagnosticada e tratada adequadamente, a cardiopatia congênita é responsável por 6% das mortes de crianças com menos de 1 ano de idade e por atrasos no desenvolvimento ou déficits cognitivos de 20% a 30% dos nascidos com a doença. Das crianças cardiopatas que chegam à fase adulta, a doença responde por 76,1% das mortes.
Conheça os tipos de cardiopatias
A cardiopatia congênita, apesar de extremamente preocupante por acompanhar o indivíduo por toda a sua vida, não é a única patologia do coração. Na verdade, as cardiopatias são divididas em quatro categorias:
Cardiopatia da válvula cardíaca
Impede a circulação do sangue entre os aurículos e ventrículos. Esse tipo de patologia pode ser congênita ou não, neste caso causada por alguma outra doença adquirida.
Cardiopatia do miocárdio
O coração não consegue bombear o sangue para o resto do corpo por fraqueza do tônus muscular cardíaco. A pressão do sangue fica muito fraca, podendo causar o enfarto, problema mais comum deste tipo de cardiopatia.
Cardiopatia infecciosa
Bactérias, vírus ou fungos podem causar infecção na membrana que reveste o coração. É o caso da endocardite, por exemplo, a infecção do endocárdio, o revestimento interno do coração. Se não for tratada adequadamente pode destruir as válvulas causando complicações para o resto da vida.
Preste atenção aos principais sintomas
Os edemas, ou inchaços nas pernas, são causados por retenção de líquidos e é também um bom indício de que alguma coisa pode não ir bem com o coração, assim como a falta de ar, ou dispneia, que pode indicar o início de um ataque cardíaco.
Preste atenção também se você tem tosse persistente pode ser acúmulo de líquido nos pulmões, que pode acontecer devido à insuficiência cardíaca. Por outro lado, sentir-se muito cansado o tempo todo sem motivo aparente pode significar problemas no coração, mas é um sintoma associado também à depressão e à anemia.
Pulso rápido e irregular com tonturas e dificuldade para respirar também merece atenção redobrada, já que pode indicar arritmia, insuficiência ou mesmo um ataque cardíaco. Já a fraqueza extrema pode ocorrer nos dias que antecedem um ataque cardíaco, assim como tontura e desmaios: ambos podem ocorrer momentos antes de um ataque ou estar associados a arritmia ou insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Cuidado também se tiver suor frio repentino, náusea ou falta de apetite com inchaço abdominal ou dor, mesmo que em outra parte do corpo. Do peito, a dor pode se espalhar ou refletir por braços, pernas, cotovelos, costas, mandíbula, ombros ou abdome.
Cardiopatia congênita: tratamento deve começar na gestação
A cardiopatia congênita pode ser diagnosticada ainda durante a gestação através do ecocardiograma fetal, que pode indicar a necessidade iniciar o tratamento ainda no útero, com intervenção cardíaca fetal, ou até a antecipação do parto. Nos casos mais suaves, é possível tratar ou melhorar 70% das cardiopatias congênitas com técnicas de cateterismo. Um dos maiores fatores de desenvolvimento dessa patologia é a herança genética, sendo que pais portadores da doença têm o dobro de chance de gerar um bebê cardiopata.
Além disso, quando um casal já gerou um bebê com malformação cardíaca, a chance de recorrência também é maior, chegando a até 10% das gerações subsequentes. Não há formas de prevenção, mas algumas medidas podem ajudar o desenvolvimento do bebê, como a ingestão diária de ácido fólico receitada pelo obstetra e o acompanhamento médico pré-natal bastante próximo.
A cada 2 minutos uma pessoa morre por causa do coração
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 2 minutos uma pessoa morre no Brasil por causa de doenças cardiovasculares, conta que deve aumentar duas vezes e meia até 2040. Hoje elas são as responsáveis por 30% de todas as mortes no mundo – mais, até mesmo, que o câncer, que responde por 13% dos óbitos.
Em 2020, a mortalidade por doença cardiovascular deverá afetar 6 milhões de pessoas entre 30 e 60 anos nos países desenvolvidos e 19 milhões nos países em desenvolvimento. Apostar na prevenção é a melhor forma de ficar fora das estatísticas.
Quer saber mais sobre as doenças do coração e suas formas de prevenção, tratamento e controle? Deixe sua sugestão aqui nos comentários e logo responderemos para você!