Água e sódio: quais os malefícios?

Todo mundo sabe que a boa hidratação é uma das chaves para manter o organismo funcionando de forma saudável e que a quantidade de água ingerida por dia deve ser em média de 2 litros. Na rua, e mesmo em casa, é comum comprarmos garrafas de água mineral para matar a sede e manter a hidratação do corpo. Mas será que todas elas são iguais e fazem bem à saúde? O problema é que algumas marcas estão abusando da quantidade de sódio – o que pode ser conferido dando uma olhada cautelosa nos rótulos das embalagens.

A substância é associada a uma série de doenças, gerando, inclusive, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de que deve constar do rótulo se a água engarrafada  tiver mais que 200 mg por litro de sódio, que pode ser especialmente prejudicial a pessoas com problemas renais crônicos, doenças cardiovasculares ou hipertensão arterial.

Variação de sódio pode chegar a 3.000%

Quem imagina que todas as águas minerais são iguais, portanto, muito se engana e pode estar ingerindo sódio além do recomendado sem saber e sem necessidade. A variação da quantidade de sódio é grande de uma marca para outra, podendo chegar a 3.000%. Há águas que têm mais sódio do que um refrigerante!

Ainda que nenhuma esteja fora dos limites estabelecidos pela Anvisa - de 200 mg/l para as águas minerais naturais e 600 mg/l para as águas com sais adicionados artificialmente - os especialistas recomendam cuidado, uma vez que já consumimos sódio na alimentação e o excesso pode causar retenção de líquidos e elevação da pressão arterial, por exemplo.

Faça as contas e entenda

É uma questão de fazer as contas. Se você considerar que deve beber 2 litros de água por dia e que a quantidade máxima de sódio ingerida diariamente deve ficar em torno de 2.000 mg, segundo recomendação do Ministério da Saúde, é melhor optar por uma água mineral cujo índice seja de 3,08 mg do que uma que tenha 103,6 mg de sódio, por exemplo. A primeira contribuirá com apenas 0,3% da quantidade diária recomendada, enquanto a segunda com mais de 10%.

O excesso de sódio no organismo causa retenção de água para que o corpo dê conta da diluição do sódio. As artérias então aumentam de volume, fazendo com que a pressão também aumente. A pressão arterial alta, por sua vez, está vinculada ao maior risco de acidente vascular cerebral (AVC), a segunda maior causa de mortes no Brasil, responsável por mais de 100 mil mortes anuais no país e mais de 6 milhões em todo o mundo.

Mas afinal, por que a água mineral tem sódio?

A quantidade de sódio na água mineral depende da localização da fonte, que sofre influência pelo tipo de solo e a profundidade do aquífero, do contato que a água teve com as rochas ao longo de milhões de anos. É bom lembrar que para ser água mineral natural ela não pode ser modificada, ou seja, tem que ser envasada in natura, da forma que foi retirada. As demais são chamadas águas minerais porque tiveram sais adicionados artificialmente, mas de forma a serem próprias para o consumo humano.

Aprenda a ler o rótulo

Apesar de a quantidade de sódio presente na água mineral dever ser o primeiro item analisado na escolha da água, o ideal é sempre ler os rótulos para fazer uma combinação de fatores saudáveis: baixo teor de sódio, pH equilibrado e bons níveis de magnésio e potássio.

Por isso, na hora de escolher sua água mineral, faça a comparação e escolha as que tiverem menos sódio, cloreto, vanádio, sulfato, bário, nitrato, zinco e lítio. O pH deve ficar entre 6% e 9,5%, de acordo com os padrões de potabilidade definidos pela Portaria 2914 do Ministério da Saúde. Dessa forma você estará realmente ingerindo a melhor água para o seu organismo, mantendo-o hidratado com os melhores índices para a saúde.

Agora que você já sabe que as águas não são todas iguais, ainda ficou alguma dúvida? Quer saber mais sobre o assunto? Deixe aqui sua sugestão e nos responderemos com outro post em breve!