Qual a diferença entre hipertireoidismo e hipotireoidismo?
Os problemas de tireoide são bastante comuns na população brasileira: de acordo com o IBGE, pelo menos 15% sofrem algum tipo de distúrbio na glândula, principalmente mulheres, mas cerca de 5 milhões delas sequer sabem que ele existe. A falta de conhecimento dos sintomas de hipertireoidismo e hipotireoidismo faz com que muita gente não procure tratamento. E você, sabe a diferença entre os dois males e como eles se manifestam?
O que é a tireoide?
A tireoide é uma glândula localizada no pescoço que libera os hormônios T3 e T4, fundamentais para o bom funcionamento do organismo: além de regular a velocidade do metabolismo, eles também interferem diretamente no desempenho de órgãos como o coração e os rins, além de influenciar no ciclo menstrual. As disfunções da glândula, portanto, agem diretamente na forma como o corpo funciona, por isso é preciso ficar atento aos sintomas e às características do hipertireoidismo e do hipotireoidismo.
Hipotireoidismo
É o distúrbio mais comum e é causado pela baixa produção dos hormônios T3 e T4, afetando 10 vezes mais o organismo feminino, segundo o IBGE. Ele pode ser causado por uma série de fatores, como a quantidade de iodo no organismo, mas o motivo mais comum é uma variação de doença autoimune, quando o próprio organismo começa a atacar a tireoide reconhecendo-a como uma ameaça: é a Tireoidite de Hashimoto, que corresponde a 95% dos casos de hipotireoidismo. Ela costuma ocorrer principalmente no climatério, a última menstruação antes da menopausa.
Sintomas: metabolismo desacelerado
O principal sintoma do hipotireoidismo é a desaceleração do metabolismo: redução da memória, menor quantidade de batimentos cardíacos, dores musculares, cansaço excessivo, menstruação irregular. Os sintomas não aparecem subitamente nem em conjunto, por isso são difíceis de serem percebidos. Pode ocorrer ainda ressecamento da pele, queda de cabelo, aumento do colesterol, ganho de peso e alterações no humor que podem levar à depressão.
Tratamento é feito à base de hormônios
O tratamento é feito à base da reposição hormonal, com comprimidos de levotixina uma vez por dia em jejum, 30 minutos antes da primeira refeição do dia para aumentar a absorção do medicamento pelo estômago.
Hipertireoidismo
Também cinco vezes mais comum em mulheres do que em homens, ainda que menos frequente, o hipertiroidismo é o oposto da doença anterior: nela há excesso de produção dos hormônios T3 e T4, condição que também é conhecida como bócio difuso tóxico ou Doença de Graves. Pode ser causada pelo excesso de iodo no organismo ou tumores, e causa mudanças em todo o corpo.
Sintomas: metabolismo mais acelerado
Os sintomas são exatamente o oposto dos anteriores, já que a superatividade da glândula causa a aceleração do metabolismo: emagrecimento acentuado não-intencional, batimentos cardíacos acelerados, intestino solto, mãos trêmulas e sudoréicas, ondas repentinas de calor, pele fria e úmida, dificuldade para dormir, atrofia muscular, protusão dos olhos, rápido crescimento das unhas e visão dupla, entre outros.
Tratamento reduz a função tireoidiana
O tratamento visa reduzir a atividade da tireoide através de medicamentos específicos, como Propiltiouracil e Topazol, administrados via oral mediante receita médica; ou através do iodo radioativo ou radioterapia. Este processo, que tem efeito definitivo, mas pode durar meses, consiste em enviar iodo para a glândula que, ao absorvê-lo, começa a ser lentamente destruída. Caso o hipertireoidismo tenha sido causado por tumor, é preciso haver a retirada da tireoide por meio de cirurgia e, em seguida, fazer tratamento com reposição hormonal.
Como se proteger através da alimentação
Através da alimentação é possível conseguir uma boa proteção contra o hipotireoidismo, principalmente com a ingestão de alimentos ricos em selênio, como peixes, cogumelo, alho, cebola e pepino. A substância tem papel antioxidante, que combate os radicais livres, e parece fazer bem ao funcionamento da tireoide.
Alimentos com iodo também colaboram para o bom funcionamento da tireoide. Os fabricantes de sal, por exemplo, são obrigados por lei a colocar iodo no produto em quantidade suficiente que forneça proteção à glândula, mas a quantidade tanto de sal quanto de iodo não deve ultrapassar 6 gramas diárias. Frutos do mar e algas também fornecem boa quantidade de iodo ao organismo.
Por outro lado, alguns alimentos podem fazer o efeito oposto, aumentado o volume da tireoide - e causando o hipertireoidismo. Estes alimentos bociogênicos, como são conhecidos, devem ser ingeridos com moderação: couve-de-bruxelas, couve-flor, espinafre e brócolis.
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