Gordura trans: por que é tão ruim?
De tempos em tempos, surgem alguns vilões da saúde. Agora é a vez da gordura trans, utilizada em muitos dos alimentos que consumimos no dia a dia. Mas, afinal, o que é isto? Quais os riscos reais da ingestão desta gordura para a saúde? Que alimentos a contém? O que fazer para evitar?
Quando átomos de hidrogênio são adicionados ao óleo vegetal, dizemos que este óleo foi hidrogenado. É a partir deste processo que a indústria produz as chamadas gorduras trans. Por meio desta técnica, os óleos deixam de ser líquidos, na temperatura ambiente, e se tornam sólidos.
Fresquinhos e crocantes
A indústria usa o óleo hidrogenado com o objetivo de ajustar a textura dos alimentos e fazer com que eles durem mais tempo nas prateleiras do mercado e na casa dos consumidores, com baixo custo. Além da durabilidade, é a gordura trans que faz com que os alimentos fiquem saborosos, crocantes e torradinhos, na medida em que altera a consistência dos alimentos.
A gordura trans está presente em algumas margarinas, biscoitos, bolachas, chocolates, snacks – os populares salgadinhos -, sorvetes, pipocas de microondas, bolinhos recheados industrializados e todos os alimentos que têm margarina na sua composição. Algumas carnes e o leite também têm essa gordura, mas em pequenas quantidades.
Além de aumentar os níveis de colesterol ruim, o LDL, a gordura trans também diminui a taxa de colesterol bom, o HDL. E isso significa elevar os riscos de arteriosclerose, infarto e acidente vascular cerebral. Estas doenças todas ocorrem porque a gordura trans não é sintetizada pelo organismo e, por isso, não deveria ser consumida pelos seres humanos.
Prejuízos causados
Na verdade, não é de hoje que os estudos comprovam os malefícios da gordura trans para os seres humanos. As primeiras avaliações sobre os prejuízos que elas causam à saúde foram feitas há 55 anos. De lá pra cá, foi se comprovando que ela é prejudicial. Em 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obrigou todos os fabricantes a indicar no rótulo a quantidade de gordura trans presente nos produtos.
Já o Ministério da Saúde tenta acabar de vez com uso dessa gordura, como já fizeram a Suíça e a Dinamarca, onde ela é proibida. O grande desafio atual da indústria é encontrar uma opção mais saudável para fazer os alimentos durarem mais sem perder suas propriedades. De modo geral, parte da indústria já se conscientizou sobre os problemas causados pelo excesso de gordura trans e vem reduzindo cada vez mais as quantidades deste tipo de gordura em seus alimentos. Alguns, inclusive, chegaram a tirar alguns produtos do mercado.
Hoje, é o consumidor que precisa conseguir perceber com clareza quanta gordura trans existe em cada alimento. O Ministério da Saúde determinou que é aceitável consumir até 2g da gordura por dia, o que equivale a quatro biscoitos recheados. A maneira mais segura de se ter certeza o que está consumindo é checar a lista de ingredientes para conferir se não existe gordura vegetal hidrogenada na composição do produto. Infelizmente, a gordura trans está escondida em alguns produtos, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Veja 23 ingredientes que podem conter gordura trans
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Gordura hidrogenada
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Gordura hidrogenada de soja
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Gordura parcialmente hidrogenada
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Gordura parcialmente hidrogenada e/ou interesterificada
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Gordura vegetal hidrogenada
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Gordura vegetal parcialmente hidrogenada
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Hidrogenada
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Margarina vegetal hidrogenada
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Óleo de milho hidrogenado
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Óleo vegetal de algodão, soja e palma hidrogenado
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Óleo vegetal hidrogenado
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Óleo vegetal líquido e hidrogenado
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Óleo vegetal parcialmente hidrogenado
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Creme vegetal
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Composto lácteo com gordura vegetal (2º ingrediente gordura vegetal)
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Gordura
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Gordura vegetal
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Gordura vegetal de girassol
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Gordura vegetal de soja
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Margarina
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Margarina vegetal
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Mistura láctea para bebidas
Se você ainda tem dúvida sobre a gordura trans e os malefícios causados pelo seu consumo, conte pra gente!